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A DOUTRINA



A CORRUPÇÃO

Durante a vida carnal de Jesus, nas reuniões íntimas, havia muitos e grandiosos fenômenos mediúnicos, a visão das legiões angélicas ou espirituais, de modo que o entusiasmo enchia os corações; como durante a vida de todos os Grandes Reveladores, o Plano Diretor nunca faltou com a sua gloriosa atuação: o fenômeno do Tabor teve muitas repetições, e até muito maiores, embora os escritores os tenham omitido.

Depois da crucificação, com aquilo que o Livro dos Atos relata, o Batismo de Espírito ou Revelação, de caráter público, porque assim convinha acontecer, tudo voltou a ser entusiasmo entre os discípulos e familiares de Jesus; e onde quer que os seguidores de Jesus fossem, as manifestações mediúnicas tinham suas atividades em função, porque a Excelsa Doutrina foi deixada VIVA NA REVELAÇÃO.

Paulo foi o grande propagandista do Batismo de Espírito, ou da Revelação generalizada por Jesus; leiam com inteligência e honestidade as suas Cartas, que das faculdades e dos trabalhos mediúnicos muito ele fala.

E nesse modo de culto permaneceu a igreja de Jesus Cristo, por três séculos e pouco, contando de Seu nascimento. Do dia do Batismo de Espírito, porém, há que contar somente uns duzentos e noventa anos, depois do que, conforme as previsões do Divino Mestre, surgiria a corrupção doutrinária, inimiga das melhores verdades do Cristianismo e cultora de umas dezenas de formalidades pagãs, copiadas entre um pouco do levitismo hebreu e mais um tanto da mitologia greco-romana. Toda corrupção da Doutrina do Caminho começou com o Primeiro Édito de Constantino Cloro I, o Pai, em 313. Com a vitória de Constantino, inverteram-se os termos – observando-se os nomes do Deus de Moisés, que o Cristo endossara, havendo sido criada uma mística litúrgica, que seria uma rememoração da vida de Jesus e dos Seus feitos. O grande mal foi terem perseguido o Batismo de Espírito, o culto do mediunismo, o prosseguimento daquele fenômeno do Pentecostes, chamando a comunicabilidade dos Anjos ou Espíritos Mensageiros de COISAS DO DIABO. E isso fizeram, naturalmente, porque o culto mediúnico tendia a fazer com que todos os do “Caminho do Senhor” (cumpre salientar também que até a corrupção, vinda depois da vitória de Constantino, o Cristianismo assim não se chamava, e sim “Caminho do Senhor”) dissessem – “nosso reino não é deste mundo”, – coisa que às sanhas do Império Romano não convinha. Queria ele, isso sim, homens espiritualistas, mas materializados, em lugar de espiritualistas espiritualizados. O Império precisava de guerreiros, coisa que o mediunismo sempre condenaria, pois sua lição será sempre de Amor e Concórdia, entre os filhos do Único Pai. Constantino e alguns foram, pois, os corruptores do “Caminho do Senhor”, do verdadeiro Cristianismo. Aquele modo de culto mediúnico ensinado por Paulo de Tarso, banido foi do conhecimento popular. O fenômeno do Pentecostes, Batismo de Espírito Santo, para o qual desiderato Cristo veio ao plano da carne, para tornar a mesma carne herdeira de tal manifestação, foi convertido num meio de conchavismo clerical, de justificativa de suborno. E assim permaneceu a corrupção, pelo tempo que o Apocalipse prescreveu, no seu intrincado simbólico.

As obras de Jesus Cristo é que são exemplos vivos de VERDADE. E as obras de Jesus tiveram por base a LEI e a REVELAÇÃO. Negam isso aqueles que agora dizem ser o contato com os espíritos coisa diabólica, mesmo sabendo que Jesus Cristo veio ao mundo para batizar em Espírito; mesmo sabendo que a igreja de Jesus é fundamentada na REVELAÇÃO, como o provam os dois primeiros capítulos do Livro dos Atos e os capítulos doze, treze e quatorze da Primeira Carta de Paulo aos Coríntios. Negam isso todos aqueles que se dizem cristãos, enquanto fazem a obra do antiCristo, porque negam a REVELAÇÃO, praticam a idolatria e a conversa fútil, a superstição e o comercialismo clerical.

Mas, porventura, teria Jesus Cristo deixado de informar sobre a reposição das coisas no lugar?

Deus é impessoal, é a Essência Divina que tudo em si engendra, sustenta e determina. O antropomorfismo é idolatria e deve ser combatido, porque ele é produto da incapacidade conceptiva e é o instrumento de valia dos clericalismos idólatras e mercenários. Quem situa Deus fora de si e arranja manhas e artimanhas a fim de se aproximar d’Ele, por certo pertence ao número dos que, ficando nas portas do Templo da Verdade, nem entram e nem permitem a entrada aos que poderiam fazê-lo. Ou pertencem ao número dos que, por boa fé, mas ignorando leis e fatos, prestigiam àqueles. A realidade dolorosa é esta – entre os que em nome de Deus exploram e os que em nome de Deus são explorados, forma-se a caudal de errados que mantém a Terra na condição de um mundo inferior.

Não houve corrupção, em Roma, de práticas apenas; houve dos textos, para facilitar a corrupção das práticas.

O Novo Testamento se compunha de duzentos e cinqüenta e sete manuscritos. A primeira seleção reduziu-os a noventa e sete, a segunda a vinte e sete e a Vulgata constitui o resumo, segundo os interesses do imperialismo despótico e sanguinário de Roma. No quarto século foram feitas coisas escabrosas com os escritos apostolares; foram cometidas adulterações tremendas, além de terem sido mortos os cultivadores do Batismo de Espírito, e de terem sido destruídos os Cenáculos Iniciáticos de todos os recantos do Império Romano.

Nenhum Livro do mundo sofreu mais adulterações do que a Bíblia. E nenhum Livro do mundo é mais cheio de escabrosas contradições. Mas também nenhum Livro do mundo apresenta mais testemunhos sobre a Lei de Deus e as Graças do Divino Mediunismo, a Luz do Mundo e o Sal da Terra, a Divina Fonte de advertências, ilustrações e consolações.

Também devemos considerar que nos ciclos antigos, após alguma Revelação Maior trazida por algum emissário do Cristo Planetário, as coisas tomavam rumo menos interessante, enveredavam para mercantilimos, fanatismos sectários, politiquismos truculentos, monopólios imensamente criminosos. Roma não inaugurou coisa alguma ao adulterar a Doutrina do Caminho; ela repetiu, a seu tempo, antigos crimes perpetrados contra a essência doutrinária. E se o fez piormente, foi porque truncou a generalização doutrinária, trazida pelo próprio Cristo Planetário.

Tendo os cleros de todos os tempos feito o possível para anular o culto da Revelação, que nunca lhes abonaria o extorquismo da fé, atiraram com isso as humanidades ao regaço do maior desleixo sobre Deus, os deveres e as conseqüências das obras, transformando os continentes, os países, as raças, os povos, os homens e as classes, em inimigos entre si. A culpa que vai nos cleros, por isso, é enorme! E ao cultor do Consolador, do Batismo de Espírito, cumpre atender bem para essa questão, que é a máxima. Os homens são irmãos por natureza, iguais em origem, símiles em plano e equiparáveis em finalidades! Porque varie, de um para outro em evolução, isso não significará jamais motivo de discórdias, e sim razão para mútuas obrigações de auxílio.

Fonte:
POLIDORO, Osvaldo; Evangelho Eterno e Orações Prodigiosas, págs 17, 37, 38, 66 e 67.
________________; A Caminho do Céu, págs. 84, 116, 117 e 118.
________________; Lei, Graça e Verdade, pág. 73.
________________; A Volta de Jesus Cristo, pág. 128.
________________; O Novo Testamento dos Espíritas, pág. 36.
________________; A Bíblia dos Espíritas, págs. 20 e 117.
________________; Um Médium de Transportes, pág. 135.

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